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Doenças Transmissíveis Entre Gatos: Conheça os Riscos e Saiba Como Prevenir

maio 26, 2025

A convivência entre gatos pode ser maravilhosa, mas também apresenta desafios, especialmente no que diz respeito à saúde. Doenças transmissíveis entre gatos estão entre as maiores causas de internações e complicações clínicas em felinos domésticos. Muitas dessas doenças são silenciosas, contagiosas e, em alguns casos, fatais.

Neste guia completo, você vai entender quais são as principais enfermidades que circulam entre os gatos, como são transmitidas, quais os sintomas e, o mais importante: como prevenir e proteger seu pet, mesmo em lares com múltiplos felinos.

Este conteúdo é essencial para quem tem um ou mais gatos, adota felinos resgatados, convive com colônias ou participa de ações de proteção animal.


Por que é importante conhecer as doenças transmissíveis entre gatos?

Ao contrário do que muitos imaginam, gatos são extremamente suscetíveis a doenças contagiosas. Como são animais discretos, é comum que um gato infectado conviva com outros por semanas antes de apresentar sintomas visíveis. Durante esse período, ele pode infectar outros animais por contato direto ou indireto.

Além disso, algumas dessas doenças podem comprometer seriamente o sistema imunológico do felino, tornando-o vulnerável a infecções secundárias e reduzindo sua expectativa de vida.

Conhecer essas enfermidades é o primeiro passo para uma rotina mais segura e uma convivência saudável entre os gatos do mesmo ambiente.


Principais doenças transmissíveis entre gatos: o que são, como agem e como se prevenir

Abaixo estão listadas as principais doenças que podem ser transmitidas entre gatos. Cada uma delas exige atenção, prevenção e, em alguns casos, tratamento contínuo.

📊 Tabela: Doenças Mais Comuns e Como se Transmitem

DoençaTransmissãoSintomas PrincipaisPrevenção
FIV (AIDS felina)Mordidas profundasImunossupressão, febre, infecções crônicasTestagem e separação de positivos
FeLV (Leucemia Felina)Saliva, urina e leiteAnemia, perda de peso, tumoresVacinação, testagem
EsporotricoseArranhões, mordidas, secreçõesFeridas, secreções, caroçosConfinamento, higiene
CaliciviroseContato direto com saliva e secreçõesEspirros, úlceras orais, febreVacinação, isolamento de doentes
Rinotraqueíte (Herpesvírus)Gotículas de saliva e secreçõesCoriza, conjuntivite, febreVacinação, higiene
MicoplasmosePulgas, mordidasAnemia, febre, letargiaControle de pulgas e vet
Giardíase e CoccidioseFezes contaminadasDiarreia, vômito, desidrataçãoLimpeza e vermifugação

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FIV (AIDS Felina): uma doença silenciosa que exige vigilância constante

A FIV, também conhecida como AIDS felina, é causada por um retrovírus semelhante ao HIV humano. No entanto, não é transmissível para humanos. A contaminação entre gatos ocorre geralmente por mordidas profundas, o que a torna mais comum em machos não castrados que brigam entre si.

Principais cuidados:

  • Testar todos os gatos da casa com o exame ELISA;
  • Evitar contato entre gatos FIV positivos e negativos;
  • Manter os gatos positivos sempre dentro de casa e monitorar sua saúde de perto.

Embora não tenha cura, um gato com FIV pode viver muitos anos com qualidade, desde que receba suporte adequado.


FeLV (Leucemia Felina): alta taxa de mortalidade e fácil transmissão

A FeLV é uma das doenças virais mais letais em gatos domésticos. Transmitida pela saliva, urina, sangue e leite materno, ela é comum em ambientes com múltiplos gatos e em colônias de rua.

Gatos infectados apresentam maior risco de desenvolver câncer, anemia e infecções oportunistas. A boa notícia é que existe vacina para a FeLV, recomendada especialmente para gatos que vivem com outros felinos ou têm acesso à rua.

Dica essencial:

Antes de introduzir um novo gato em casa, faça a testagem para FeLV e FIV. Isso evita a contaminação dos animais já residentes.


Esporotricose: uma zoonose perigosa para gatos e humanos

A esporotricose felina ganhou destaque nos últimos anos por sua alta transmissibilidade e por ser uma zoonose, ou seja, também pode infectar humanos. Gatos infectados apresentam feridas que não cicatrizam, caroços sob a pele e secreções purulentas.

A contaminação ocorre por:

  • Arranhões e mordidas;
  • Contato com secreções;
  • Ambientes contaminados.

O tratamento é longo, exige acompanhamento veterinário e, muitas vezes, isolamento do gato para evitar disseminação.

Medidas protetivas:

  • Telar janelas e manter o gato dentro de casa;
  • Usar luvas ao manipular feridas;
  • Levar ao veterinário assim que notar lesões suspeitas.

Como prevenir doenças transmissíveis em ambientes com múltiplos gatos

Se você tem mais de um gato ou convive com felinos resgatados, adotar práticas de biossegurança e prevenção é essencial para evitar surtos e manter o ambiente saudável.

Boas práticas para lares com múltiplos gatos:

  1. Isolamento inicial de novos animais até exames serem feitos;
  2. Vacinação anual obrigatória, incluindo múltiplas e antirrábica;
  3. Controle rigoroso de pulgas, carrapatos e vermes;
  4. Uso de caixas de areia separadas ou em quantidade suficiente (uma por gato + uma extra);
  5. Higiene intensiva, com desinfecção regular de pisos, comedouros e caixas;
  6. Monitoramento diário de comportamento, apetite e sinais físicos.

Essas práticas diminuem drasticamente a chance de contaminação e melhoram o convívio.


E se um dos gatos for diagnosticado com uma doença contagiosa?

Descobrir que um dos seus gatos está com uma doença transmissível não significa que ele deve ser abandonado ou isolado para sempre. Com manejo correto e orientações veterinárias, é possível manter a saúde dos demais gatos e cuidar do infectado com dignidade.

Procedimentos recomendados:

  • Isolamento temporário em outro cômodo;
  • Consultas regulares com o veterinário;
  • Higienização reforçada;
  • Acompanhamento clínico dos demais gatos.

Muitas doenças, como a calicivirose ou rinotraqueíte, são tratáveis com medicamentos e repouso. Já em casos de doenças crônicas, o cuidado deve ser contínuo e amoroso.


A importância da vacinação no controle de doenças entre gatos

Vacinar seu gato é uma das formas mais eficazes de proteger contra doenças transmissíveis, muitas delas sem cura. A vacinação atua como uma barreira sanitária individual e coletiva.

Vacinas essenciais:

  • V4 ou V5: protegem contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e clamidiose felina;
  • FeLV: contra leucemia felina;
  • Antirrábica: exigida por lei e importante para saúde pública.

A vacinação deve começar a partir dos 45 dias de vida e ser reforçada anualmente, com acompanhamento veterinário.


Conclusão: proteger seu gato é proteger todos ao redor

As doenças transmissíveis entre gatos são reais, perigosas e, muitas vezes, silenciosas. No entanto, a maioria delas pode ser prevenida com atitudes simples e conscientes: vacinação, testagens, controle ambiental e, principalmente, informação.

Ao seguir essas orientações, você oferece ao seu pet uma vida mais saudável, longe de contaminações, dores desnecessárias e sofrimento. Além disso, promove uma convivência harmoniosa com outros gatos da casa ou da vizinhança.

Cuidar da saúde do seu felino é também um ato de amor e de responsabilidade.